Apatia de um poeta

Como será viver?
Preciso saber e querer voar
Voar com as asas quebradas
Liberdade de um sorriso
Destino sem radar
Perdido nos seus olhos,
Não quero nem lembrar
Poeta sem amor
Igual a planta sem flor
Destino sem radar
Andando feito um louco
Sem mapa e nem olhar
E quando tudo acabar só vai restar a solidão
De que vale sorrir se a solidão não te abraça
Só aperta o coração
Pobre da ilusão
E o que fazer quando não sorrir?
E o que fazer quando tentar fugir?
Motivos não faltam para me deixar
É só olhar para suas mãos...
Que não estou lá pra segurar
Como o tempo que parou e nem calculou
O nível da apatia que transformava a lágrima em vinho
Vinho com gosto de sangue
Sangue do poeta que não soube amar
Poetas sem poesias
Igual a vida vazia
Preso em mar sem peixes
E sem forças para gritar
Só me resta sorrir
E esquecer a solidão



Gibson Dantas
20 de novembro de 2009